Na próxima segunda-feira (1º/2), começam as discussões sobre o reajuste das passagens de ônibus municipal de Belém e Ananindeua. Representantes da Companhia de Transportes de Belém (CTBel) e Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) se encontram, às 10h da manhã, para dar início às negociações. A proposta do município é R$ 1,90. Já os empresários pedem que o valor de R$ 1,97. Com isso. a variação na atual tarifa, que hoje custa R$ 1,70, pode ficar entre 12% e 16%, segundo cálculos do Dieese (Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
No dia seguinte, a CTBel divulgou sua planilha, onde propõe um reajuste menor, de 12%. Com isso, a passagem custaria R$ 1,90. Para consolidar oficialmente a discussão, a CTBel também convocou reunião do Conselho Municipal de Transportes para a próxima segunda-feira para discutir o novo valor da tarifa, que ainda vai depender da homologação do Prefeito Duciomar Costa.
Segundo dados do Dieese, a tarifa de ônibus urbanos de Belém é a mais barata do País, mas o transporte coletivo urbano também é um dos piores. O último reajuste da tarifa em Belém e Ananindeua foi em 20 de dezembro de 2008, quando passou de R$ 1,50 para R$ 1,70. O Conselho havia aprovado naquela oportunidade a tarifa de R$ 1,81.
Segundo as análises do Dieese, as duas propostas de reajuste das tarifas de ônibus urbanos levam em consideração apenas o equilíbrio financeiro das empresas através da recomposição dos custos planilhados, cada uma pela sua ótica, mas nenhuma das propostas atende a Lei Orgânica do Município, que prevê que a tarifa de ônibus urbanos em Belém tem que levar em consideração o poder aquisitivo da população, medido principalmente pela inflação/recomposição salarial . Caberá ao Conselho tomar ou não conhecimento desta situação.
'O reajuste apenas pela inflação não traria nenhuma mudança no atual quadro caótico do transporte coletivo, apenas a nossa passagem continua sendo a mais baixa do pais. Por outro lado é verdade também que discussão apenas de tarifa com reajustes isolados (como os que mais uma vez estão sendo propostos) sem um compromisso de mudanças e sem uma discussão ampla sobre a questão do transporte coletivo, subsídios, entre outros, em nada vai mudar também a atual situação', avalia Sena
Já se for aprovada a proposta da CTBel, com reajuste de 11,76% e passagem a R$ 1,90, o impacto no final de cada mês para quem utiliza duas conduções diárias (e não tem vale transporte) em relação ao salário mínimo passa dos atuais 16% (com o mínimo de R$ 510) para 17,88%. Já o gasto mensal pularia dos atuais R$ 81,60 para R$ 91,20.
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