Primeiras lanchas da Marinha são lançadas à água em Belém.


As duas primeiras das 600 lanchas escolares que a Marinha do Brasil está construindo para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) foram lançadas na água, na baía do Guajará (formada pelos rios Guamá e Acará), na Base Naval de Val-de-Cães, em Belém. Elas serão usadas na primeira pesquisa nacional sobre transporte escolar aquaviário, que está sendo realizada pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da Universidade de Brasília (UnB). O evento aconteceu na tarde desta segunda-feira, 8.

“É muito emocionante constatar que cada sugestão que demos para melhorar as condições de transporte dos estudantes foi considerada”, afirmou, durante a cerimônia de entrega, a professora Sandra Helena Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) do Pará e da Regional Norte. Entre as sugestões está a instalação de sanepas (cortinas) transparentes para proteger as crianças das chuvas e garantir a visibilidade ao condutor da embarcação.

“Este é um momento de quebra de paradigma, que servirá para a recuperação da cidadania dos pequenos cidadãos que precisam chegar às escolas”, afirmou o vice-almirante Rodrigo Otávio Fernandes de Hônkis, comandante do 4º Distrito Naval. “É também a oportunidade que a Marinha tem de celebrar esta parceria, para diminuir a evasão escolar e aumentar a permanência na escola dos pequenos brasileiros moradores das regiões ribeirinhas da Amazônia.”

Carência – Para Daniel Balaban, presidente do FNDE, é grande a importância das lanchas escolares para a melhoria da qualidade da educação no país. “Temos no Brasil 300 mil crianças que vão para a escola usando barcos, sendo 180 mil só na Região Norte.” Ele disse ainda que as lanchas escolares serão entregues pelo FNDE aos municípios em que houver maior carência de transporte para os estudantes.

Segundo o diretor de engenharia naval da Marinha, contra-almirante Francisco Roberto Portella Deiana, a entrega das embarcações tem relevância especial, porque estabelece a primeira etapa da parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Defesa para a construção de 600 lanchas escolares. “A segunda fase prevê a transferência da construção para a iniciativa privada, com o consequente aumento na oferta de emprego.”

Das 600 lanchas, 300 serão feitas na Base Naval de Val-de-Cães, em Belém, 200 na Base Naval de Natal e 100 na Base Naval de Aratu, em Salvador. Construídas em alumínio naval, com 7,30m de comprimento, as lanchas incluem itens de segurança, como coletes salva-vidas, extintor de incêndio, sirene, luzes de navegação e rádio comunicador. Podem transportar até 20 alunos, incluído um lugar para portador de necessidades especiais.

Pesquisa – Com a entrega das duas primeiras lanchas escolares, terá início a primeira pesquisa nacional de transporte aquaviário. Promovido pelo FNDE e desenvolvido pela Universidade de Brasília, o levantamento vai apontar a realidade vivida pelos estudantes das cidades ribeirinhas da Amazônia na hora de ir para a escola. Também vai identificar as rotas fluviais utilizadas na região, o número de alunos transportados em embarcações, as condições técnicas desses barcos, o tempo gasto e a expectativa de pais e alunos, autoridades municipais e comunidades ribeirinhas.

Durante três meses, os pesquisadores do Ceftru da UnB percorrerão 5 mil quilômetros pelos rios Guamá, Tapajós, Amazonas e Solimões, entre Belém e Tefé (AM), analisando pelo menos 65 rotas percorridas por alunos que moram em áreas ribeirinhas para chegar às salas de aula.

Assessoria de Comunicação do FNDE

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